Essa é uma fase que não sei se pode ser considerada comum. Mas quando descobri essa afinidade com a escrita, meu próximo passo foi tentar desenhar os personagens, cenas das histórias.
Num primeiro (e único) momento, tentei reproduzir o traço típico de manga. Pokémon estava em seu auge do sucesso, animes como Saint Seiya, Rayearth e Yu Yu Hakusho ainda estavam em alta, por isso lá foi a Kaline do passado arriscar-se a desenhar, sem qualquer preparo ou curso. Não havia técnica nos traços, apenas a ilusão de ser capaz de fazer alguma coisa.
Assim como meus primeiros textos foram para um caderno que nunca mais verá a luz do sol, meus primeiros rabiscos estão registrados em outro caderno, escondidos guardados com carinho e saudosismo. Foi uma tarefa árdua encontrar duas ilustrações que estivessem mais aceitáveis, sem tantas linhas tortas ou com a anatomia duvidosa.
Trouxe esses dois para dividir com vocês. Os garotos seriam personagens de uma história original ambientada em “Harry Potter”, como uma futura geração de bruxos, tendo inclusive um ou dois capítulos postados nas plataformas. Os personagens também chegaram a aparecer em uma fanfic de minha autoria chamada “I can see clearly now”, homenagem a música homônima de Jimmy Cliff.
O processo de composição era muito simples: papel sulfite, lápis e borracha. Depois um scanner para converter a imagem em digital e Photoshop para colorir! Assim como outras facilidades tecnológicas, a tela touch screen, as câmeras digitais ou até mesmo os celulares com câmera não faziam parte do cotidiano. Então havia todo um ritual para conseguir algo que hoje é absurdamente simples!
Mas desenhar é um desafio tão grande quanto escrever. A pessoa precisa se dedicar para melhorar sempre, para amadurecer no que faz. No fim das contas, preferi continuar com a escrita e me dedicar cem por cento a ela, e acabei abandonando a ideia de casar as duas coisas. Não me arrependo, conheço artistas incríveis a quem valorizo e com quem faço parcerias de sucesso.
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